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Scot Consultoria

Exportações não podem ficar apenas nas commodities


Segunda-feira, 19 de março de 2012 - 10h02

O Brasil conseguiu reverter o saldo da balança comercial em fevereiro, tornando-o positivo em 2012, após o déficit de janeiro. No entanto, temos problemas. É que o saldo positivo da balança comercial de US$1,715 bilhão em fevereiro surpreende, considerando-se o fato de que, em janeiro, a balança teve um déficit de US$1,291 bilhão. O problema deste resultado é que ele se dá, em grande parte, com base nas vendas de produtos básicos, de commodities. Os dados da balança comercial mostram que tem muito pouco de produtos manufaturados. O superávit de fevereiro se deve mais às vendas de commodities do que de outros produtos porque em 2011 o dólar caiu 8%. E para o exportador isso significa prejuízo. Dessa forma, não há muito que se comemorar quando o bom resultado da balança é puxado por commodities porque, por serem básicos, estes produtos só deixam de ser demandados quando as economias estão em crise. No ano passado, o PIB dos Estados Unidos cresceu 3%, o que justifica o consumo maior destes produtos. Além disso, a perda de participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro significa uma desindustrialização precoce da economia, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O fato é que, assim como ocorreu nas economias desenvolvidas, a expansão industrial gera ganhos de produtividade que acabam se espalhando para outros setores da economia, que passam a se desenvolver também, aumentando a sua participação relativa no PIB gradualmente. Mas no Brasil esse processo tem características mais específicas. A perda de participação da indústria no PIB foi a partir dos anos 1970, de forma abrupta, sem que o País atingisse um patamar de renda per capita elevada. A economia brasileira passou a crescer baseada no consumo. Como consequência, a desindustrialização precoce impulsionou um aumento de importações, redução na participação do País na exportação de manufaturados para mercados internacionais e perda de dinamismo na geração de emprego industrial. Então, o governo poderia aproveitar este momento de dólar ainda considerado baixo para renovar o parque industrial para agregar mais valores às nossas commodities. A idade média das máquinas da indústria brasileira é de 18 anos. Tivemos um saldo na comercial bom em 2011, mas muitos aplicadores retiraram seu dinheiro da Bovespa, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) diminuiu e a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,7%, decepcionou. O horizonte da economia internacional continua nebuloso. Assim mesmo projeta-se que o comércio exterior brasileiro deverá atingir, no primeiro semestre de 2012, a marca histórica de US$500 bilhões em transações. Calcula-se que a balança comercial brasileira este ano tenha um desempenho mais fraco do que em 2011, crescendo apenas 10%. As importações deverão continuar em alta, mas haverá desaceleração. As vendas ao comércio exterior crescerão menos porque não é esperado que os preços dos produtos básicos subam como ocorreu em 2011. Além disso, as vendas de produtos industrializados deverão encontrar um mercado mais restrito. Em função disso, não deverá mudar a composição das exportações nacionais. Continuarão em 50% para os básicos e 50% para os industrializados. Fonte: CNA. Pela Redação. 16 de março de 2012.
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